quinta-feira, 10 de abril de 2008

Quem Matou Maria? por Rodrigo Moura

Quem é você nessa história?
Lindos cabelos negros, olhos escuros, corpo de violão, Maria era uma mulher que chamava a atenção por onde passava. Casada há muito tempo com Jorge, sujeito honesto, correto que só via o trabalho à sua frente. Jorge há algum tempo não dava a Maria a atenção necessária, o que levou a um esfriamento no relacionamento dos dois, embora não lhes faltasse carinho e amor.
Certo dia, Maria fazia compras em um supermercado quando viu ao seu lado na fila do caixa o famoso Dr. Ricardo, homem bonito, rico, culto, amante das artes e da boa vida. Durante um breve papo, Dr. Ricardo a convidou para ir até sua casa para ouvir poesias. Em princípio Maria não aceitou, mas no dia seguinte, pensava consigo mesma: “O que há de errado em ouvir poesias?” E lá se foi Maria a caminho da casa do Dr. Ricardo. Ele morava numa bela mansão logo após a “ponte dos prazeres”. Maria e Dr. Ricardo ficaram a manhã toda recitando e à tarde, começaram a ouvir músicas e dançar. Cansados, deitaram-se e dormiram.
Quando Maria acordou já eram quase seis da tarde e estava na hora de Jorge chegar em casa.
Desesperada, Maria correu em direção à ponte e se lembrou que à noite, aquela ponte era perigosa, pois inúmeros assassinatos já haviam sido cometidos naquele local pelo “maníaco da ponte”. Lembrou-se que por isso, um barqueiro fazia travessia das pessoas sem que elas tivessem que cruzar a ponte, porém, cobrava R$ 2,00 e ela não tinha nenhum centavo. Correu de volta a casa do Dr. Ricardo e pediu que ele a acompanhasse, atravessando a ponte para que ela não corresse perigo. Dr. Ricardo por sua vez lhe disse que não seria legal que os dois fossem vistos juntos, uma vez que ela era casada... pediu então que lhe desse o dinheiro para pagar o barqueiro, porém, Dr. Ricardo disse que estavam construindo uma relação e não daria dinheiro para não parecer que a estava comprando.
Maria voltou ao barqueiro que não abriu mão do dinheiro por nada. Maria então morreu estrangulada pelo maníaco ao cruzar a “ponte dos prazeres” quando retornava a sua casa.
Quem foi o culpado pela morte da Maria?
A própria Maria que se encantou com a oportunidade de ouvir as poesias do Dr. Ricardo?
Jorge, que só pensava no trabalho e não lia poesias para Maria?
O Dr. Ricardo que a convidou para ouvir suas poesias e não deu o dinheiro nem a acompanhou?
O maníaco da ponte que a matou?
O barqueiro que exigiu o dinheiro para atravessá-la?
Quem foi o verdadeiro responsável pelo crime?
Todos? Ninguém?
Na verdade penso que todos tem a sua parcela de culpa e todos são inocentes! Deixo esse julgamento para você!
- x – x – x -
Trazendo a história para nosso dia-a-dia vemos que trazemos em nós os cinco personagens da história!
Somos a Maria quando não nos decidimos... quando cruzamos a “ponte dos prazeres” e nos esquecemos do que deixamos pra trás. Ás vezes estamos num relacionamento desgastado e resolvemos cruzar a ponte, mas temos que ter em mente que não há volta... não tem como ir e voltar pela ponte. Você acaba ferindo os dois lados, além de correr o “perigo” de encontrar com o maníaco. No trabalho da mesma forma: se não estamos felizes temos que ir em busca da felicidade, sabendo que há perigos no novo local, mas uma vez que partimos pra isso, não adianta querermos voltar ao velho, pois não nos adaptaríamos mais. Se queremos algo novo, temos que partir com decisão e transformar nossa busca em resultado concreto. Não adiantam as lamentações de um trabalho improdutivo e não ter coragem de “cruzar a ponte”.
Algumas vezes também somos o Jorge da história! Quantos de nós não consegue perceber que muitas vezes não damos a atenção necessária para uma coisa que está ao nosso lado? Ninguém vai encontrar com uma namorada sem tomar um belo banho... nem uma moça recebe seu noivo sem se produzir! Ocorre porém, que com o tempo mudamos o foco e esquecemos de regar nosso jardim. Assim também é no nosso trabalho... temos que aprender a valorizar aquilo que temos... temos que nos auto-motivarmos para que o marasmo não tome conta da nossa vida. Não adianta mais chegar, bater o ponto e esperar ansiosamente a hora de ir embora. Quando nos preparamos para uma entrevista estudamos a empresa durante diversos dias, quando conseguimos o trabalho deixamos isso pra trás e nos acomodamos com a situação. A acomodação é fator determinante para o fracasso. Assim, nossa Maria vai cruzar a ponte e nós morreremos também junto dela.
Dr. Ricardo... bonito, rico, fala bem, gosta de poesias... será que ele existe? Existe sim! É o componente sociável da nossa personalidade. É a composição das nossas máscaras. Muitas vezes mostramos às pessoas uma face que não é a real e encantamos de maneira positiva quem está à nossa volta. Acontece que não conseguimos manter esse status eternamente. Quando observamos nosso local de trabalho percebemos como os Drs. Ricardos estão presentes. Poucos mostram a sua verdadeira face. Não é que essa face seja feia, mas trocamos a verdade pela sociabilidade e fugimos de nós mesmos. Existem pessoas que vivem num mundo de sonho, que não percebem que vivemos em conflito e que nos distanciarmos da realidade formará uma áurea fantasiosa em nossa volta.
Talvez o personagem mais comum em nós seja o barqueiro. Quantas vezes não conseguimos enxergar em torno de nós as necessidades dos outros. Pensamos somente em nós ou no que ganharemos fazendo algo.
Isso faz com que nos afastemos dos sentimentos e que nos embruteçamos diante dos problemas alheios.
Eu me lembro de uma palestra que assisti sobre que fazia menção ao “Bom Samaritano”. Dizia o
palestrante que “em nenhum momento da bíblia fala-se que os personagens dessa história eram bons ou maus, apenas é uma história de disponibilidade”. Naquela passagem, o “Bom Samaritano” estava disponível para ajudar. Com o corre-corre em que vivemos, é muito raro dedicarmos algum tempo para parar e ouvir os nossos semelhantes. Às vezes a única coisa que precisam é de um abraço, um carinho e uma palavra de afeto e agimos como o barqueiro, imaginando o que ganharemos ou em que nos beneficiaremos fazendo isso. Fazemos isso tão mecanicamente que incorporamos isso muitas vezes sem percebermos que estamos pensando e agindo assim.
Por fim o maníaco! Alguém já ouviu a história do escorpião que estava às margens de um riacho e não conseguia atravessar? Um touro apareceu e resolveu ajudar, embora tivesse a certeza que seria picado, o touro resolveu ajudar... no meio da travessia, o escorpião picou e ao perceber as reclamações do touro disse simplesmente: “é da minha natureza”! A natureza do maníaco na história é matar... é o seu instinto.
E qual é o nosso? Sinceramente essa é a mais dura tarefa do ser humano: “Conhecer a ti mesmo”.
Assumimos diversos personagens durante a vida para controlar esses instintos. Nos afastamos da verdade na busca do domínio dos próprios instintos e esquecemos que alguns nos levariam ao sucesso. O instinto de amar, de falar a verdade, de viver honestamente e lutar pela felicidade. É comum hoje em dia vermos os intelectuais sociólogos dizendo que o meio determina a ação do indivíduo na sociedade. O que eu acredito de verdade é vivemos em um mundo onde damos valor aos instintos negativos e esquecemos da nossa verdadeira missão: SERMOS FELIZES!
Procure analisar cada um dos personagens... veja se existe algum deles que se parece contigo... se algum deles domina os seus dias... mas não se esqueça de uma coisa: viver é um exercício constante de buscar a felicidade. Saia para o trabalho como se estivesse indo para uma festa. Chegue em casa com a felicidade de que reencontra um recanto de paz. Deixe seus problemas no seu trabalho. Guarde as coisas boas na sua mente... imagine “como é difícil viver carregando um cemitério na cabeça”. Conquiste o seu espaço sem pensar que começara a subida da escada do sucesso pelo último degrau. Alcance o sucesso e seja feliz.
Rodrigo Moura
Texto base concebido a partir da palestra
do Professor Heitor José Pereira,
“Quem é o culpado?”

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Felicidade - Alegria - Prosperidade - Fé - Otimismo - Harmonia - Paz - Amor - Qualidade de Vida :) Casada com Thiago, mãe do Rafael, sou MONIQUE COSTA GARDINGO LACERDA mgardingo@gmail.com FORMAÇÃO ACADÊMICA: Graduação em Comunicação Social - Jornalismo. Pós-graduações lato-sensu: 1.Administração e Marketing. Gestão Estratégica, 2.Comunicação, Marketing e RH;

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