quinta-feira, 31 de julho de 2008

Quarteto Colonial

Queridos amigos,

O Quarteto Colonial convida todos a assistirem o concerto "O SACRO E OPROFANO - A Música na Corte de Dom João VI", no Festival de Inverno doSESC, em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, nos dias 1, 2 e 3 deagosto, respectivamente. Mais detalhes na filipeta virtual abaixo ou através do site http://www.sescrio.org.br
No repertório os motetos a capella do Padre José Maurício Nunes Garciae modinhas e lundus, de compositores brasileiros e portugueses, queembalavam a aristocracia em suas festas e saraus, no início do séculoXIX. Durante o concerto o Quarteto vocal conta passagens da vida do Padre Mestre.
Abraços,Luiz Kleber Queiroz
http://www.quartetocolonial.com/
enviado por Maria Aida Barroso

sábado, 26 de julho de 2008

DIGITAL PERSONALIZE




TENHA ESTILO E INOVE COM CRIATIVIDADE!!!

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PARABÉNS AO INSTITUTO


Programação Cultural
Aniversário Instituto Francisca de Souza Peixoto

Sexta-feira - 01/08
18:30h -Venda do Seu Manoel- Produtos e Artesanato da Região(saboreie um delicioso escondidinho de mandioca)
19h- Lançamento da Biblioteca Temática " Virgínio Rios"- Apresentação do Grupo Folclorista Zico Justino, de Cataguarino
20h- Bumba Meu Boi – Tecelões da Chica - Esquetes Folclóricas-
Palestra com Oswaldo Giovanini (pesquisador do Folclore - doutorando em antropologia no IFSC - UFRJ)

Sábado - 02/08
9h - Roda de Capoeira – “Abada Capoeira” – Concha Acústica (Pça. Manoel Inácio Peixoto)
15h - "Oficina de Máscaras"
17:30h - Venda do Seu Manoel- Produtos e Artesanato da Região(saboreie um delicioso Inhoque)
18h - Apresentação de Dança Contemporânea - Concha Acústica20h - Teatro "Velório para morrer de rir"

Domingo - 03/08
8h - Venda do Seu Manoel- Produtos e Artesanato da Região(saboreie um delicioso café mineiro e bolinho de bacalhau)
9h - Banda de Música "Rogério Teixeira" – Conha Acústica
14h - Tarde recreativa – Concha Acústica- Apresentação Grupo de Hip-Hop e Grupo de Yoga
20h - Teatro "Velório para morrer de rir"

Sexta-feira - 08/08
20h – Teatro “Os Saltimbancos”
Sábado - 09/08
17h – Apresentação de dança com “Dona Chiquinha”
18h - Teatro com “Dona Chiquinha
19:30h - Lançamento da orquestra do IFSP

Domingo -10/08
18h – Contos Mirábile – “GPTo - teatro de bonecos”
E todos os dias a Venda do Seu Manoel estará aberta com artesanato e deliciosos quitutes.
A programação é aberta ao público e gratuita.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Caminhada Ecológica












O Projeto "Qualidade de Vida" que coorderno no Instituto, uniu os professores das atividades e levou os alunos como encerramento do semestre para uma manhã no Horto. Um dia agradável!



segunda-feira, 21 de julho de 2008

Será no Tratos Culturais


Reservem e divulguem a noite de 25/07 na agenda!


teatro, dança, música, artes pláticas num só espaço!


Será a última noite cultural do 1° Salão de Inverno (lembrando que a exposição continua até o dia 10/08 para visitas... e que ano que vem tem mais).


Na sexta, agora, dia 25, o evento iniciará às 20h como segue a programação:


20:00 - Dança Contemporânea com Taiman e Juliana
20:10 - "O Alienista"texto de Machado de Assis, adaptado por Fernanda Godinho e Jacqueline Gouvêa com direção de Carlos Sérgio Bittencourt
20:30 - Apresentações de dança - Hip-Hop com Taiman, Juliana e Wellinton.
20:40 - Chorinho com Musiqualidade
21:20 - (intervalo chorinho) apresentação de dança - Forró com Taiman e Luiz Fernando ; Juliana e Wellinton 21:30 - 2° tempo de Chorinho com Musiqualidade
às 22:10 - finalizam as atividades.
Abraço e excelente semana!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Casas Bahia:

estudo da influência da publicidade no comportamento do consumidor de baixa renda
Thiago Lacerda Chaves (artigo preparado junto com Vitor para monografia conclusão de curso Publicidade e Propaganda)
SINOPSE
A motivação do estudo é a tentativa de decifrar a relação de consumo de pessoas de baixa renda com produtos não compatíveis com sua renda mensal e a percepção de valor destes consumidores pertencentes às classes C, D e E.
PALAVRAS-CHAVE: publicidade, consumo, consumidor, baixa renda
1- INTRODUÇÃO
O Brasil é um país de grandes desigualdades sociais e má distribuição de renda, onde classes de baixo poder aquisitivo predominam. De acordo com pesquisas do IBGE de 20031, 59% da população brasileira têm renda familiar mensal abaixo de R$1.200,00, ou seja, pertencentes à classe C. São consideradas o verdadeiro Brasil consumidor. Esta massa consumidora é composta principalmente por jovens com baixo índice de escolaridade, conservadores e desconfiados.
Empresas que tiveram ações orientadas no sentido de desenvolver ou adequar seu foco para esta grande fatia de mercado colhem resultados de seus investimentos. As Casas Bahia são uma dessas empresas. São os maiores investidores em mídia no país. Suas campanhas publicitárias transmitem a imagem de que são uma empresa que fala a língua do povo, inventa sonhos, possibilita sua realização, os embrulha para presente e entrega em casa.
Este estudo busca analisar o comportamento do consumidor de baixa renda no mercado globalizado competitivo, tendo como foco a utilização dos meios de comunicação como ferramentas de persuasão desta “massa”. Especificamente, a pesquisa teve por objetivo analisar o caso do comportamento do consumidor dos produtos das Casas Bahia, ilustrada por uma enquete realizada com consumidores da loja que funciona na cidade de Cataguases, MG. Tal enquete não tem o amparo científico para ser classificada como pesquisa quantitativa; sua finalidade foi a de amparar as pesquisas citadas neste projeto.
Parte-se, como pressuposto teórico, do fato de as empresas do mundo capitalista necessitarem da ampliação do consumo de mercadorias para que haja escoamento dos estoques da produção. A concorrência e a velocidade com que os produtos são lançados e substituídos por outros gerou o “consumismo supérfluo” como estratégia para escoamento, baixa de grandes estoques e excedentes de produção. A publicidade colabora neste sentido, ao buscar convencer o consumidor através da idéia de que o produto “novo” é sempre melhor, mais “moderno” e aperfeiçoado.

2- CARACTERÍSTICAS DO CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA
2.1 - Psicologia do Consumidor
“Ser consumidor é ser humano. Ser consumidor é alimentar-se, vestir-se, divertir-se... é viver”.2 Por causa disso, a propaganda serve como braço direito da tecnologia moderna. Através dela são passadas mensagens de renovação, progresso, abundância, lazer e juventude, que são desejos de todos os seres humanos. As propagandas criam um mundo diferente do que as pessoas estão acostumadas a ver nos telejornais, cria um mundo mítico perfeito, onde tudo é possível onde se pode ser e ter qualquer coisa, basta comprar o produto que está sendo anunciado e levar junto todas as suas promessas milagrosas3.
Segundo Warner, citado por Gade4, o sistema de classificação das classes sociais, conhecido como Sistema de Seis Classes de Warner se divide em:
1. “A” – A classe alta superior
2. “B” – A classe alta inferior
3. “C” – A classe média superior
4. “D” – A classe média inferior
5. “E” – A classe baixa superior
6. “F” – A classe baixa inferior
Como a classificação de classes não segue padrão único no mundo, se entenderá como similares às classes de baixa renda brasileiras, onde podemos comparar a Classe D de Warner como a C do Brasil, a E como a D e assim por diante. Segundo o Sistema de Seis Classes de Warner, o perfil padrão das classes é:
“D” – A classe média inferior: Representa a família típica trabalhadora e respeitadora de normas e valores. É conservadora. Sua casa é muito importante, geralmente alugada. A dona-de-casa demonstra muita preocupação com a decoração, a alimentação, o vestuário, desejando que seja bom e bonito. Tem como grupo-referência a classe média superior e em função disto é ávida leitora de revistas especializadas em moda, decoração e culinária, uma vez que tem pouca confiança no seu próprio gosto e conhecimento. É quem compra “conjuntos” que combinam. É ela que compara e estuda preços e oportunidades e se guia por ofertas. Parece ser quem tem maior consciência de preços.
“E” – A classe baixa superior: Caracteriza-se por empregos rotineiros que exigem pouca ou nenhuma educação. As donas-de-casa percebem a vida como monótona e exaustiva. Têm nos filhos o bem mais precioso e lhes compram uma série de pequenas coisas para gratificá-los. Seu comportamento de compra pode ser definido como impulsivo quando se trata de decisões novas, e de leal a marcas conhecidas quando se trata de produtos anteriormente adquiridos. Esta lealdade lhes dá a sensação de não ser enganadas, de saberem comprar, o que lhes é importante para diminuir a ansiedade sentida na compra em função de uma sensação de não serem muito hábeis. Neste estrato social, entretanto, existem famílias de renda muito superior às demais, apesar de compartilharem de sua procedência, valores e relações. São as que enriqueceram dentro da própria classe social, às vezes por deter uma liderança, mas que permanecem ali. Geralmente gastam seu dinheiro na casa, tendo o que há de mais caro e moderno. Têm a cozinha mais bem equipada e possuem muitos aparelhos eletrodomésticos.
“F” – A classe baixa inferior: A ela pertence o indivíduo que tem pouquíssima educação. Recebe pouca informação e entende mal. Tem limitado poder para pensar em termos abstratos e, portanto, raciocina em termos de símbolos simples e concretos. Freqüentemente rejeita a moral da classe média, procurando satisfação quando pode e por isso compra impulsivamente. Uma vez que este seus comportamento não é planejado e não tem uma boa visão das alternativas, freqüentemente paga um preço superior ao valor real, compra produtos de qualidade inferior, ou se envolve em sistemas de crediário pouco favoráveis.
Em Psicologia do Consumidor e da Propaganda, Christiane Gade5 afirma que, independente da classe social, o modelo de comportamento de consumo é o mesmo para todos. O comportamento é uma manifestação externa de processos psicológicos internos, de respostas aos estímulos que são processados, transformados em informações aprendidas e memorizadas. Embora o modelo de comportamento de consumo seja comum à maioria dos indivíduos, o que varia é a percepção de cada indivíduo aos estímulos de consumo recebidos. Varia também a percepção do conhecimento do ambiente social e econômico, de como o mundo é percebido, de como estímulos sensoriais são recebidos e interpretados em função de memórias de história de vida, crenças e valores, motivações, atitudes, etc.
“Se pedirmos a duas pessoas que descrevam um filme que acabaram de assistir, ouviremos duas histórias diferentes.”6 Isso ocorre por causa da percepção. Nesse processo o indivíduo recebe estímulos, seleciona-os e interpreta-os. Cada ser humano reage a estímulos de maneira diferente, depende do seu estado de espírito, cultura, educação.
Atualmente, o Brasil se encontra em um paradoxo onde, na era atual, a humanidade caminha para a consolidação de um mundo digital e, na nossa sociedade, temos um alto índice de pessoas analfabetas. Mesmo que a definição de analfabetismo seja polemica, no Brasil, considera-se oficialmente alfabetizado quem sabe escrever um bilhete simples; porém, existem estudos indicando que um indivíduo que não freqüentou pelo menos por quatro anos uma escola pode ser considerado um analfabeto de fato. Sem esses quatro anos para fixar as letras, a pessoa esqueceria o que aprendeu. Segundo Gilberto Dimenstein, “dentro desse critério, calcula-se que 41% dos brasileiros seriam analfabetos”7.
A Classe mais baixa, por não possuir acesso a educação adequada, faz parte da massa não crítica e essa massa sofre a manipulação dos meios de comunicação de massa. Empresas como as Casa Bahia aproveitam da sua experiência com a classe C e criam propaganda de fácil entendimento, com repetições exageradas voltadas para esse público que tem uma certa dificuldade com estímulos mais elaborados. Os anúncios chegam a ser até um pouco infantilizados. No entanto, isso só ocorre para os canais abertos. Em TVs fechadas como a MTV, a propaganda das Casas Bahia muda completamente, já é uma propaganda para a elite de difícil entendimento, chega a ser um pouco abstrata, mais para manter a marca.
2.2 - Fator confiança
Segundo Torres8, atualmente o modelo antigo de compra e venda vem sendo substituído. Não adianta mais o comerciante somente oferecer um produto na loja e receber seu valor em troca em dinheiro. O consumidor moderno deseja mais, preferem fazer negócios com pessoas e empresas que o tratam pelo nome, desejam o máximo de interação possível. Isso explica porque os mercados de bairros, botecos de esquina e grandes organizações que já perceberam a mudança no mercado e estão se adequando a essa nova realidade ganham a preferência da classe C. As pessoas preferem comprar nesses lugares, porque confiam no estabelecimento, há um respeito mútuo.
Este tema é muito importante para empresas do Brasil que querem chegar ao sucesso. As empresas, por causa de vários anos de baixo crescimento econômico e de um grande desgaste nas relações sociais, passaram a desconfiar de tudo e de todos. Então começaram a se proteger utilizando de portas giratórias, processos tortuosos de aprovação de crédito, vigilância por parte de vendedores e funcionários.
Essa desconfiança é explícita a consumidores de baixa renda.
Os clientes não gostam disso, principalmente o da classe C, ele quer ser aceito, reconhecido como digno de confiança. Em um estudo da Data Popular, segundo Torres, foi apresentado um relato de uma dona de casa de classe C de São Paulo que ilustra essa insatisfação de como são tratados:
Os vendedores olham a gente com sacolinha de plástico e já acham que a gente vai assaltar, mas não é por aí porque quem assalta não tem placa, pode usar terno e gravata[...] Minha sacolinha de plástico está mais cheia do que a de muita gente que tem bolsa chique.9
A coisa tem quer ser recíproca, “eu te trato bem, e espero que você me trate bem”. Uma lei de Newton bem simples, ação e reação.
Em seu artigo sobre confiança, Torres afirma que “poucas empresas brasileiras compreendem esta lógica. Poucas são capazes de usar, com sinceridade, uma assinatura do tipo “nós confiamos em você“10.
Quando as pessoas são conquistadas pelas empresas na demonstração de laços de confiança, seus clientes passam a ser altamente fiéis. “Existem pessoas que deixam de pagar a conta de luz para pagar o carnê do Baú ou das Casas Bahia.”11
2.3 - Fator fartura
Segundo Aguiar, a fartura é uma referência nacional que se altera com as possibilidades e o gosto das classes sociais. Geralmente, opera de acordo com a lógica própria do universo dos ricos ou dos pobres. “Trata-se de um valor amplamente incorporado ao nosso cotidiano, às vezes, pode passar despercebido a um observador menos atento.”12 Porém, semelhantes aos hábitos arraigados que não se tem consciência sobre sua importância ou mesmo influência, a fartura permeia as percepções humanas, os olhares, a forma como as pessoas se apresentam ou se diferenciam.
A fartura se expressa em sua melhor forma nos hábitos alimentares e nas formas de consumo. Este princípio é mostrado de maneira diversa pelas diferentes classes sociais. Por exemplo, entre os mais pobres, a comida farta marca o tempo de lazer e da reunião familiar estratégicos no estreitamento das relações. No universo popular, a fartura está relacionada à quantidade, em ter mais do mesmo. A mesa deve ser farta, mesmo que os pratos sejam redundantes, pois afinal, hospitalidade mede-se, entre outras coisas, pela abundância de comida e bebida que se oferece às visitas.13
No topo da pirâmide social, a lógica da fartura se expressa de forma diferente. “Representantes deste segmento da população costumam ser minimalistas no comer, têm o hábito de fazer regime com mais freqüência, de comer muita salada, especiarias raras e caras ou muitas vezes é adepta da nouvelle cuisine”14. Por outro lado, costumam pagar caro por aquilo que consomem. É interessante notar que, geralmente, seus objetos do desejo são sempre expostos pelas lojas de maneira minimalista como uma metáfora visual de seu caráter único.15
De qualquer forma a fartura, ao mesmo tempo, adquire tanto caráter minimalista, quanto exagerado, extravagante, farto, dependendo do universo da classe social.16
Segundo D’Andrea17, as festas de fim-de-ano são sempre momentos propícios para o entendimento de atitudes e valores que perpassam a nossa brasilidade. Com o fim do ano, fechou-se um ciclo, e o desejo coletivo foi, por um lado, o de esquecer as frustrações do ano que passou, e por outro, celebrar as conquistas e abrir os caminhos para o ano que começa. E celebração que se preze entre as classes populares deve ter dois elementos indissociáveis para a composição da alegria: gente e comida.
Para os representantes desta parcela da população, que representa 85% do nosso país, quando alguém resolve fazer uma festa, a primeira medida é fazer uma lista dos convidados. “Muitas vezes, a lógica do convite baseia-se no “ou chama todo mundo ou não chama ninguém”. E festa boa é aquela em que todos do bairro se encontram, e que parentes e amigos do anfitrião comparecem.”18 Todo este procedimento é para manter a fartura, pois uma festa que não esbanja causa má impressão e adquire um caráter de ofensa se o convidado não ficar satisfeito. A sabedoria popular ensina: “se não tem como se virar, é melhor nem fazer festa”.19
Segundo D’Andrea, é interessante ressaltar que as datas do calendário utilizadas para rituais de comensalidade têm sempre uma fundamentação religiosa e popular. Outros feriados instituídos e que se referem a acontecimentos históricos não tiveram tanta aceitação, pois como não expressam um sentimento, são indignos de fartura e comida. “Alguém por acaso ouviu falar do almoço com a família no 7 de setembro? Ou da peixada de 15 de novembro? Enfim, festas, celebrações e rituais são bons para comer, e também para pensar”.20
2.4 - Fator crédito
Os empresários brasileiros deveriam tratar os pobres com mais crédito e menos assistencialismo, já que os consumidores de baixa renda representam um mercado mundial de U$15 trilhões mais do que a renda somada de Alemanha, Itália, Reino Unido, França e Japão. Apostar nesse mercado é uma grande oportunidade de negócios e crescimento para empresas e países21.
Segundo o indiano C.K. Prahalad, professor da Universidade de Michigan, no seu livro A Riqueza na Base da Pirâmide, as empresas e as instituições financeiras ainda não aprenderam a lidar com essa população. No Brasil existem empresas que estão faturando milhões porque acordaram para esse público de classe C que é o caso do Habibs e das Casas Bahia.
Não adianta somente preço para vender pra classe mais pobre. Ela quer condições de pagamento e qualidade de produtos atrelada a um bom atendimento. Nas Casas Bahia, por exemplo, o cliente de renda inferior possui um cadastro próprio, e possui um limite de crédito de R$600,00 sem precisar comprovar renda, esse crédito é aumentado de acordo com seu histórico de pagamentos. O faturamento da empresa, de 9 bilhões de reais por ano, é a maior prova de seu sucesso. Como sequer 80% da população tem conta em banco, a empresa pode aumentar muito mais seu faturamento.
“(...) para o consumidor popular, mais importante do que o valor da mercadoria é o como a parcela se encaixa no salário de todo mês.”22 Foi com esse pensamento que Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, conseguiu revolucionar o mercado de varejo no Brasil. Ela foi a primeira rede a incluir os consumidores de baixa renda no mundo das compras. Foi através da confiança, da facilidade de dar crédito e por acreditar nas pessoas da classe mais baixa que a empresa conseguiu construir uma das mais fieis bases de clientes já vista.23
Conforme diz Renato Meirelles, “(...) compreender o cliente pode ser mais importante do que oferecer o menor preço”.24 Foi através dessa compreensão, que as Casas Bahia basearam suas estratégias e por isso estão tão bem no mercado.
Assim sendo, serão analisados fatores determinantes do perfil de compra das classes baixas que permitiram o entendimento das ações e posicionamento adotado pelas Casas Bahia, explicando seu sucesso e sua rápida e ascendente expansão.
Tal pesquisa foi baseada no jornal eletrônico “Data Popular”, editado por uma agência de comunicação, especializada em pesquisa, análise e elaboração de projetos para empresas que tenham este público como foco. A utilização destes artigos possibilitou um estudo sob bases de informações atuais, o que não foi encontrado em literaturas especializadas. O reforço da veracidade das informações se dá, também, pelo fato de os escritores serem profissionais formados em comunicação.
2.5 - Cultura de massa, consumo
Trazendo a linha de estudo para o campo da teoria da comunicação, o comportamento destes consumidores, que buscam incessantemente comprar para se realizar pessoalmente, ou simplesmente para chegar mais perto de “alguma coisa” que almejam, pode ser fundamentado na cultura de massas.
Diversos teóricos estudam o fenômeno da cultura de massa vinculado à temática da dominação e da perda de expressividade da arte – como é o caso, por exemplo, das análises da Escola de Frankfurt, que desenvolvem o conceito de “indústria cultural”.
Edgar Morin25 estudou a cultura de massa como um sistema, buscando encontrar seus elementos invariantes, estruturais. A cultura de massa, produzida em escala industrial com o objetivo de provocar não a fruição estética, mas o consumo, oferece aos consumidores um mundo de sonhos. O consumidor se sente bem ao ver nos meios de comunicação algo que tem ou que gostaria de ter. Quando a dona de casa recolhe pela manhã a revista catálogo das Casas Bahia, ela tem, ali, a oportunidade de transpor-se para este mundo de sonhos de “12 vezes sem juros”.
A atuação do garoto propaganda dos anúncios televisivos das Casas Bahia é estratégica. Devido ao seu alto grau de exposição na mídia, este garoto invade os lares brasileiros, atuando como mágico, pois em algumas vezes se traja literalmente assim, capaz de realizar todos os sonhos de uma sociedade consumista. O maior anunciante brasileiro cria assim seu herói.
Esses deuses criados e sustentados pelo imaginário ditam normas de consumo e servem de sonhos e modelos para vida. “No encontro do ímpeto do imaginário para o real e do real para o imaginário, situam-se as vedetes da grande imprensa, os ‘olimpianos’ modernos”.26
Segundo Edgar Morin, essas celebridades se igualam aos Olimpianos (uma referência aos “Deuses do Olimpo”), elevam suas vidas ao status de “estrela” e passam a ser idolatradas como deuses. Esses Olimpianos criam um mundo de sonhos e fantasias junto ao resto da humanidade. Vivem uma vida dupla, meio real, meio fantástica, unindo sua beleza real às suas representações, passando a ser modelos de uma vida.
Os novos olimpianos são, simultaneamente, magnetizados no imaginário e no real, simultaneamente, ideais inimitáveis e modelos imitáveis; sua dupla natureza é análoga à dupla natureza teóloga do herói-deus da religião cristã: olimpianas e olimpianos são sobre-humanos no papel que eles encarnam, humanos na existência privada que eles levam. A imprensa de massa, ao mesmo tempo investe os olimpianos no papel mitológico, mergulha em suas vidas privadas a fim de extrair delas a substância humana que permite a identificação.27
Os Olimpianos se destacam numa sociedade, passando a ser modelos de vida. O famoso seria aquele que possui um equilíbrio em beleza, heroísmo e sucesso financeiro, além de um componente fundamental, o carisma.

3- CASAS BAHIA

Fundadas em 1952, as Casas Bahia são uma das maiores empresas varejistas do país. A rede especializada em móveis e eletroeletrônicos apresenta hoje lojas instaladas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Santa Catarina e Paraná. Foi o imigrante polonês Samuel Klein que começou vendendo colchas e lençóis de casa em casa a bordo de uma carroça, pelas ruas de São Caetano do Sul (SP). A empresa, atualmente, conta com 326 lojas e planeja sua expansão mantendo o foco na concessão de crédito ao consumidor de baixa renda.28
O nome Casas Bahia é uma homenagem aos baianos e demais nordestinos que vieram construir São Paulo e foram os primeiros consumidores. Nos primeiros cinco anos, seu fundador iniciou mascateando, vendendo colchas, cobertores, lençóis e toalhas de banho de porta em porta. Com o tempo foi conquistando cada vez mais freguesia, e chegou um ponto em que precisou ter um local fixo para que os clientes efetuassem suas compras e seus pagamentos. Assim surgiram as Casas Bahia, empresa que fechou o ano passado com faturamentos expressivos.
O sucesso das Casas Bahia, segundo Michael Klein, diretor administrativo das Casas Bahia e filho do fundador (em entrevista à jornalista Cléia Schmitz, no Portal do Empreendedor), se deve ao fato de a empresa saber o que quer, conhecer seu público e dar ênfase ao crediário. Priorizando o público C e D, a rede dá condições para que o cliente faça um bom plano de pagamento, com uma série de facilidades. “Muitas vezes é melhor que o cliente compre uma coisa de cada vez e consiga pagar as prestações em dia. O cliente fica satisfeito sabendo que nós ensinamos ele a comprar”. Desta maneira, segundo Klein, as Casas Bahia procuram sempre preservar sua boa relação com o cliente, o principal ativo da empresa, e com isso vem conseguindo se diferenciar da concorrência e garantir o crescimento.
Considerando que as Casas Bahia são uma das poucas que dão crédito de até R$ 600,00 sem comprovação de renda, e mantendo índices de inadimplência baixos, pode-se dizer que os clientes das Casas Bahia são bons pagadores. Segundo Klein, os clientes “geralmente planejam a compra de acordo com o que podem pagar a cada mês e ainda honram seus compromissos porque gostam de manter intacto o seu principal ativo, o nome”.29 A rede também oferece produtos para consumidores com maior poder aquisitivo, como cozinhas planejadas, fornos de microondas e aparelhos de ar-condicionado. Mas para Klein o foco dos clientes das classes C e D não muda, pois, segundo ele “temos diversas opções para que o cliente não precise procurar outra loja quando ele melhorar o seu padrão de vida”.30 Com esta técnica a empresa consegue conquistar cada vez mais clientes fieis.
O projeto de expansão das Casas Bahia inclui, além da abertura de novas lojas, a ampliação e uma maior organização das instalações das unidades já existentes A rede está investindo na venda de uma linha completa de móveis e, por isso, necessitando de uma maior área. Segundo Klein, “hoje, quando o consumidor chega ao ponto-de-venda para comprar uma cozinha, por exemplo, ele quer visualizar se o móvel vai caber no espaço disponível na sua casa. Para criar essa ambientação precisamos de lojas maiores”.31 Além disso, o investimento em setorização dos espaços da loja também é uma prática significativa. “Quem é especializado em móveis cuida do setor de móveis, o vendedor que conhece de televisores e equipamento de som se responsabiliza pela área de venda dos eletroeletrônicos. E todos recebem treinamento de acordo com suas especializações”.32 Além da ampliação das lojas, as Casas Bahia continuam inaugurando novas unidades. No ano passado, a empresa tinha de abrir 25 novas lojas no Brasil e acabou superando a meta, inaugurando 28. “Este ano o projeto é de repetir a dose e abrir 25 pontos-de-venda”.33
Segundo Michael Klein, “desde que vimos que compensaria mais anunciar nacionalmente do que regionalmente, chegamos à conclusão de que já temos estrutura para ter lojas num âmbito bem maior”.34 Com este propósito foram inauguradas lojas em cidades diferentes, “e, quando chegamos, os clientes já nos conhecem porque nossos anúncios estão sendo veiculados em rede nacional. Isso é muito positivo”.35
3.1 - No topo da mídia
Para se ter uma idéia, a revista Meio & Mensagem acaba de divulgar o ranking de Agências de Anunciantes 2005, elaborado a partir da combinação de informações do Ibope Monitor e do projeto Inter-Meios, referentes ao exercício de 2004.36 Pelo segundo ano consecutivo, as Casas Bahia são o maior anunciante do país, com um investimento publicitário 89% maior que no ano anterior [2003] e duas vezes maior que o segundo colocado. A rede investiu R$ 1,6 bilhão em compra de espaço publicitário. Os critérios utilizados pelo estudo consideram o preço de tabela cheia dos veículos, sem descontos.
Para profissionais envolvidos com mídia, seria interessante se esta pesquisa realizada pelo Ibope apontasse o valor real investido em mídia, que certamente, traria um valor distante do anunciando considerando o poder de barganha de um anunciante desse porte.
O “maior anunciante” se dá o luxo de desconsiderar alguns critérios de seleção de mídia uma vez que não faz muitas escolhas, compra quase todas que atinjam seu público alvo. Não é nenhuma técnica nova, mas eles puderam negociar a inserção de anúncios nas redes de TV de canal aberto com mais expressão de audiência, simultaneamente, atingindo um índice considerável de alcance da mensagem, que é o sonho de qualquer publicitário que trabalha com departamento de mídia.
O primeiro passo para estabelecer uma verba com base em porcentagem de vendas é determinar os custos com fabricação e distribuição. A diferença entre esse custo e o preço de venda ajuda a determinar a margem disponível para publicidade, promoção e lucro.37
Grande parte do preço do sofá que uma dona de casa compra nas Casas Bahia, ou pelo menos umas duas cadeiras de sua mesa de jantar, são relativos aos custos com propagandas. O cliente paga para receber o bombardeio de mensagens. Analisando pelo lado contábil, seria uma coisa lógica, que qualquer empresa faz, mas o extraordinário esta em analisar o “maior anunciante”, onde é explicito e totalmente fora do comum o montante de aumento na marcação de preços.
3.2 – Desconstruindo conceitos de mídia
No dia 10 de novembro de 2005, realizou-se uma enquete com quinze consumidores das Casas Bahia, na loja de Cataguases, MG. O questionário e as respostas encontram-se no anexo deste trabalho. Apesar de ter sido uma enquete e não uma pesquisa científica com amostragem significativa de entrevistados, alguns resultados obtidos comprovam o que os analistas já afirmam: 45% dos clientes entraram na loja de Cataguases já sabendo o que comprar; ficaram conhecendo os produtos através do encarte promocional distribuído pelas Casas Bahia, inclusive com informações de cor, modelos, acessórios, preços e formas de pagamento.
O impresso promocional distribuído na porta das lojas e também nos lares vem servindo de artigo de leitura, desbancando estudos de mídia impressa que analisam o poder de alcance deste tipo de material.
O índice de retorno do encarte é significativo, ao contrário do que revelam estudos sobre este índice em material promocional impresso. O que há de diferente então? Um dos fatores que melhoram a atuação deste material é que ele necessariamente traz algum incentivo de venda, preço diferenciado de algum produto, ou alguma facilidade a mais na forma de pagamento. Outra explicação para o sucesso do encarte das Casas Bahia é que ele recebeu um apelido: revistinha.
Tal foi a penetração da “revista” dentro dos lares que ela passou a assumir o papel do vendedor da loja, que na maioria dos casos funciona apenas como um facilitador no processo de venda. Não é mais o vendedor que vende, mas o consumidor que compra.
“Geralmente um planejador usa um mix de mídia, pois um único meio, como a televisão, não consegue alcançar o mercado-alvo em número suficiente ou com impacto suficiente para alcançar os objetivos de mídia.”38 Esta análise do encarte não o separa do mix de mídia utilizado pelas Casas Bahia. Os bons resultados colhidos e a entrada deste material tangível nas casas dos consumidores deve-se muito ao plano de mídia utilizado pelo anunciante.
3.3 - Análise de peça publicitária
A peça publicitária escolhida para análise foi o encarte promocional, pois como indicou a enquete realizada, esta é a mídia com maior penetração no público alvo consumidor.
Com 22 folhas, impressão colorida em todas as páginas sobre papel brilhoso, a publicação trás o nome de “Cadernão de Ofertas” na capa. A edição recolhida na porta da loja da cidade de Cataguases em 16 de novembro de 2005 indica tiragem de 5.600.000 exemplares.
Segundo Modesto Farina39 o público ao folhear um catálogo em branco e preto e outro colorido, compra, numa porcentagem três vezes maior, artigos dos coloridos. Confirmando mais uma vez a estratégia utilizada pelas Casas Bahia neste tipo de publicação, que apesar da qualidade da cor ser importante na determinação do valor desta mídia40, e fazer com que os custos de produção sejam maiores, a utilização deste recurso comprova-se rentável, pois traz a imagem dos produtos em suas cores originais possibilitando uma melhor visualização.
Esta mídia, que não pode ser considerada uma mala direta por não ser distribuída através de mailing e nem um catálogo, por não possibilitar que as compras sejam feitas fora da loja, entra na categoria de mídia alternativa41. O anunciante em questão traz, em grande destaque na capa, um incentivo direto à venda, oferecendo vantagem na forma de pagamento, aumentando assim o recall desta mídia alternativa.

4 – CONCLUSÃO

Se o sucesso de toda a trajetória das Casas Bahia tivesse que ser resumido em uma palavra, esta seria: foco. Samuel Klein, fundador do império, desde quando mascateava pelas ruas de São Paulo, sempre soube para quem e como vender. Não é por acaso que sua figura, empreendedora por natureza, desperta tanto interesse dos estudiosos da área de negócios.
Todas as ações que Klein teve dentro de seu negócio foram, desde o início, orientadas a possibilitar que pobres pudessem adquirir bens de consumo, ou sonhos, como também pode ser dito. Seu foco e interesse eram somente na sua(s) loja(s), como relata o próprio empresário em sua biografia escrita por Elias Awad42, nunca desviando recursos para outros negócios.
A publicidade realizada hoje em dia só traduz este foco da rede varejista. Desde a concepção da logomarca, slogan, ações promocionais, detalhes no ponto de venda, este posicionamento esta traduzido. “Tá nas Casas Bahia, tá em casa”.
Além de sua coerência de posicionamento estratégico, a comunicação desta empresa fala intimamente com o público, pois compartilha dele, expressões e atitudes. Atitudes estas, que permitiram a relação de confiança. Com esta, qualquer mensagem passou a ser bem aceita e interpretada.
A forma acolhedora com que as Casas Bahia receberam essa parcela significativa da população, antes menosprezada, criou um laço muito maior que uma relação comercial, o laço da realização e do sucesso.
Tendo em vista uma empresa de base sólida, um cenário econômico atrativo (décadas de 60 e 70 quando bens de consumo começaram a ser produzidos no Brasil), visão aberta de investimentos em comunicação, um público carente, ávidos por consumo, com alto poder de compra, considerando sua expressão em quantidade, temos um cenário ideal nas mãos, como se tivesse sido feito em laboratório, perfeito para comprovação da hipótese da influência da publicidade no comportamento do consumidor.
Este ataque publicitário cria um ciclo vicioso. As Casas Bahia falam o que a massa quer ouvir, aliás, falam mais que todas as empresas do Brasil, estes consumidores são tocados em seu íntimo e respondem quase que matematicamente aos investimentos publicitários deste gigante, que esqueceu de parar de crescer.
Com base no levantamento feito do perfil de consumidores, a enquete realizada, onde várias teorias foram encontradas, pode-se concluir que as Casas Bahia utilizam deste conhecimento para embasar suas propagandas, levando assim ao sucesso.

5 – BIBLIOGRAFIA
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6 – ANEXOS
6.1 – Questionário da enquete realizada com consumidores das Casas Bahia, na loja de Cataguases, MG.
PROJETO DE PESQUISA
Casas Bahia - Criando e viabilizando sonhos para o verdadeiro Brasil consumidor
Alunos do 8º período do curso de comunicação social da UNIPAC Leopoldina.
Público: Clientes das Casas Bahia
Local: Caixa da loja da Casa Bahia da cidade de Cataguases MG.
Tipo de pesquisa: Enquete
1. Idade: _________________________
2. 2- Sexo: ☐ Masculino ☐ Feminino
3. Escolaridade:
☐ Fundamental completo ☐ Fundamental incompleto
☐ Médio completo ☐ Médio incompleto
☐ Superior completo ☐ Superior incompleto
4. Qual a sua renda familiar (em salários mínimos)?
☐ Até 1 ☐Até 2 ☐Até 3 ☐Até 6 ☐Acima de 6
5. Tem relacionamento com banco? Utiliza seus serviços (exceto para recebimentos)?

6. Que produto você comprou?

7. Você utilizou do crediário?

8. Você já conhecia esse modelo ou os benefícios desse produto antes de entrar na loja?

9. Como ficou sabendo ou conhecendo este produto?

10. Ele estava em promoção?

11. Este produto é muito importante para você? Por quê?

12. Você está comprando pela primeira vez ou está trocando seu produto velho?

13. Quanto tempo durou o produto velho?

6.2 – Resultados da enquete
o 65% têm menos de 25 anos;
o O universo da entrevista compreende 50% de homens;
o 100% dos entrevistados utilizaram crediário;
o 40% estudaram até a 4ª série do ensino fundamental;
o 33% até o ensino médio;
o 27% até o superior;
o 45% possuem renda de até 2 salários mínimos – Classe D;
o 35% possuem renda de até 3 salários mínimos – Classe C;
o 20% possuem renda de até 6 salários mínimos – Classe B;
o 65% não possuem relacionamento com bancos;
o 100% utilizaram o crediário da loja;
o 65% já conheciam o produto antes de entrar na loja;
o 45% ficaram conhecendo o produto através de encartes promocionais;
o 18% no ponto de venda;
o 27% por amigos;
o 10% pela televisão;
o 40% dos produtos comprados estavam em promoção;
o 83% dos compradores consideraram o produto de muita importância para eles;
o 46% trocaram o produto antigo por um novo.

Uma pesquisa...

O presente artigo é parte de um trabalho maior, uma continuação do que foi minha participação na pesquisa de iniciação científica do curso de comunicação das Faculdades Integradas de Caratinga em 2002. Juntamente com Morgana Garcia e André Luiz, fomos orientados por Carlos Alberto Ávila Araújo. Com o projeto fizemos diversas apresentações e entrevistas, participamos de Congressos (IFIS, SIPEC, INTERCOM) e fomos vencedores da jornada de iniciação científica do Intercom - o INICIACOM ocorrido em 2002 em Salvador. Foi uma das experiências mais bacanas que já participei. Um orgulho. Valeu a pena e muito me acrescentou.
Como disse, que o meu texto é parte de uma pesquisa maior que pode ser acessado na íntegra www.ichs.ufop.br/conifes/ac2.htm ou www.ichs.ufop.br/conifes/anais/CMS/cms2102.htm
apresentado no IFIS em Ouro Preto. E a pesquisa também é parte do grande projeto "Narrativas do Cotidiano na Mídia, na Rua" preparado pelo GRIS - UFMG e pode ser acessado em www.fafich.ufmg.br:8080/gris/quemsomos/historia/narrativas_i.pdf
MÍDIA E IDENTIDADE
O homem comum como espetáculo na TV aberta Brasileira
Moinique Gardingo

O século XX assistiu ao surgimento da cultura de massa, uma nova forma de cultura que passou a conviver com as duas anteriores (Erudita – perfeição, qualidade - e Popular – atingia grande número de pessoas). Assim, pode-se seguir de um lado a problematização da Cultura de Massa sobre o problema da revolução cultural; e de outro lado à crise da cultura sobre a crise da sociedade.
A Indústria Cultural transforma o que era belo e único na Cultura Erudita em modelo para o novo belo que se espalha e reproduz na Cultura de Massa, quando a estética e a própria vida se adiantam à arte, a beleza pode ser tocada por muitos,ela se reproduz e é consumida de forma massificada. A tudo pode se reproduzir, copiar. A arte não se encontra mais em um quadro único e referencial da Monaliza em que todos apenas possam desejar e admirar como na cultura erudita, mas ela passa a ser palpável e conquistada quando a cultura de massas, quantifica e realiza os anseios de um público.
Enquanto há de um lado manifestações de agressão que lutam para não por fim ao que é belo, único, erudito, de outro lado, as pessoas se atiram no universo ‘caótico, dos sonhos, da cultura de massas’ – a arte pop, que se expande e atingi a todos.
O homem consumidor já não se interessa mais apenas pelo consumo massivo, ele também se desinteressa rápido pelo produto. A indústria cultural nos propõe produtos instáveis, inconstantes, desenraizados. E ‘a vida se torna menos escrava dos bens materiais e mais escrava das futilidades’. E para criar novos modelos que afloraram o consumo impulsivo, a indústria cultural aposta nos meios de comunicação e expande as celebridades da TV.
Com a cultura de massas passa a haver uma busca pela identidade, o individualismo, as pessoas deixam de sentir, fruir – cultura ilustrada -, para ter, consumir e imitar.

“Aparecerão nas sociedades evoluídas, cada vez mais, se elas continuarem em sua corrida para a prosperidade, o irracionalismo da existência racionalizada, a atrofia de uma vida sem verdadeira comunicação com outrem, como sem realização criadora, a alienação no mundo dos objetos e das aparências. As crises de furor dos jovens, os tormentos existenciais dos intelectuais, as neuroses espiritualistas dos burgueses de Passy já são sintomas de uma crise que sem dúvida se generalizará um dia”. E. M.
“Sociologia de um fracasso”, France-observateur, 5 de novembro de 1959.
Os meios de comunicação como produto da indústria cultural, oferecem aos consumidores um mundo de sonhos. O consumidor se sente bem ao ver na TV algo que tem (parecido) ou que gostaria de ter. A TV passa a se misturar com o cotidiano das pessoas. As informações chegam prontas e as regras são feitas, os modelos são criados. É através dos Meios de Comunicação que se sabe como estar na moda, qual a melhor tinta e qual a melhor cor usar no cabelo, sem falar dos jogos feitos através destes meios de comunicação que podem realizar sonhos como o da casa própria, ganhar um carro, saldar uma dívida, entre outras concessões que, ao contrário da vida capitalista, os meios de comunicação podem oferecer e realizar.
Como toda cultura produz algo, a cultura de massas produz seus heróis, decompondo o que é belo, sagrado e único, para construir celebridades que se tornam galãs, ídolos e campeões que se reproduzem com a mídia. Esses deuses criados e sustentados pelo imaginário ditam normas de consumo e servem de sonhos e modelos para vida.
“No encontro do ímpeto do imaginário para o real e do real para o imaginário, situam-se as vedetes da grande imprensa, os ‘olimpianos’ modernos”. (MORIN, 1997: 105)
Segundo Edgar Morin, essas celebridades se igualam aos Olimpianos (com uma referência aos “Deuses do Olimpo”), elevam suas vidas a um nível de estrela e passam a ser idolatradas como deuses. Esses Olimpianos criam um mundo de sonhos e fantasias no resto da humanidade. Vivem uma vida dupla, meio real, meio fantástica, unindo sua beleza real às suas representações, passando a ser modelos de uma vida. Regina Duarte e seu tratamento com a filha em participações em novelas e também na vida real se tornam exemplo e modo de como muitas mães passam a cuidar de seus filhos. Esses artistas passam a ser sobre humanos. Mesmo quando morrem materialmente, eles continuam existindo como personagens, no mundo imaginário, nas revistas, jornais, rádios ou programas de TV, que reproduzem suas músicas, repetem novelas de que fizeram parte e assim, esses célebres revivem seus atos nos MCM e no imaginário das pessoas.
“Os novos olimpianos são, simultaneamente, Magnetizados no imaginário e no real, simultaneamente, ideais inimitáveis e modelos imitáveis; sua dupla natureza é análoga à dupla natureza teóloga do herói-deus da religião cristã: olimpianas e olimpianos são sobre-humanos no papel que eles encarnam, humanos na existência privada que eles levam. A imprensa de massa, ao mesmo tempo investe os olimpianos no papel mitológico, mergulha em suas vidas privadas a fim de extrair delas a substância humana que permite a identificação”. (MORIN, 1997:107)
Na história da TV brasileira, tradicionalmente, o protagonista principal sempre foi o famoso, o astro e estrela. Porém, atualmente Gente Comum vem sendo chamado a condição de protagonista. Contudo, no conteúdo da programação televisiva atual podemos perceber dois tipos de personagens: o famoso e o não famoso.
Criando um mundo de sonhos e fantasias no "resto da humanidade". Os Olimpianos, ou seja, as celebridades levam uma dupla vida, misturando o fictício com o real.
São eles: artistas, atletas, playboys, patricinhas, líderes de opinião, "Deuses do Olimpo", entre outros que se destacam diante de uma sociedade, passando a ser modelos de representações de uma vida. O famoso seria aquele que possui um equilíbrio em beleza, heroísmo e sucesso financeiro e repleto de carisma.
Sendo formatos de beleza e consumidores de produtos, eles realizam fantasias e satisfazem os anseios dos "meros mortais", que os tratam como superiores, fazendo deles seus ídolos. Vestindo roupas parecidas, cortes de cabelo igual, ou pregando fotos desses ídolos por toda parte da casa.
Estão sempre realizando sonhos; fazendo e sendo representações. Como: Chacrinha, Ayrton Senna, Marlyn Monroe, e outros que no auge de sua carreira, mudaram "de estado", deixaram de representar, para ser agora, representados, participando ainda da fantasia e do mundo imaginário das pessoas sempre com a mesma imagem do belo, nunca envelhecendo nem perdendo a popularidade. Por isso vivem com uma intensidade muito maior do que ex-célebres, como: (Tiririca, o grupo do Balão Mágico, Wanderléia, e outros). Que embora não tenham “mudados de estado", eles sim, deixaram de ser celebridades para criar celebridades. Estes envelheceram e deixaram de ser modelos, pois perderam a beleza, passando a ser reais, ou seja, um indivíduo comum, que saiu do mundo da fantasia para participar do cotidiano.
Cheios de destaque e brilho, são eles as Vedetes da imprensa, que intercruzam os meios de comunicação com a massa. E é essa informação, essa aparição que os fazem brilhar cada vez mais. Por isso passam a ser de interesse público o seu mais íntimo modo de vida. Sendo eles, um grande modelo da "Cultura de Massa" e do estrelato publicitário, "fazendo a comunicação entre três universos: o do imaginário, o da informação e dos conselhos e incitações de normas". Com isso é quebrado o modelo tradicional: "escola, família", para que os meios de comunicação através dessas vedetes da imprensa ditem as novas normas a se seguir.
Já, os não famosos são os Homens Comuns, aqueles de vida simples, que constroem os fatos, mas que não ganham títulos. Com pouca aparição nos meios de comunicação, o homem comum vive idolatrando celebridades, vivendo de imitações, está sempre copiando modelos impostos pelos famosos. Cria para si uma nova vida, a vida imaginária, misturando sua dura realidade (com mais trabalho do que diversão), com a emoção de uma novela, a paixão por seu cantor preferido (poder vê-lo de perto em um show) e a satisfação de poder fazer de um célebre seu ídolo.
“Chamado 'cada um' (nome que trai a ausência de nome), este anti-herói é também Ninguém, Nemo , da mesma forma que o Everyman inglês se torna Nobody ou Jederman alemão se torna Niemand. É sempre o outro sem responsabilidades próprias (“ a culpa não é minha, mas do outro: o destino “) e de propriedades particulares que limitam o lugar próprio (a morte apaga todas as diferenças). No entanto, mesmo neste teatro humanista ele ainda ri. E nisto é sábio e louco ao mesmo tempo, lúcido e ridículo, no destino que se impõe a todos e reduz a nada a insenção que cada um almeja”. (CERTEAU,1994: 60)
Segundo Michel de Certeau, o homem comum é aquele ser ordinário, que surgiu na modernidade em meio à confusão capitalista industrial da luta de classes. É aquele que escuta ordens, que se justifica, que não é admirado mas que admira. É ele o “homem sem qualidades” (uma referência a Musil), o trabalhador braçal, que constrói mas que nunca leva o nome. Fazendo parte da multidão, ele não é cada um, perante os meios de comunicação, ele não existe isoladamente, é apenas parte de um todo representado em um lugar comum. Esse lugar que o meio desconhece como cada um e ao mesmo tempo conhece e valoriza-o como espectador. Pois é esse homem, o homem comum que cria os personagens (os famosos apenas se tornam estrelas quando são queridos e desejados pelos fãs), lhes dá força e os faz viver nos meios de comunicação. E assim o homem comum é feliz, mas não pela consciência de criar personagens, mas pelo fato deles existirem e lhes proporcionarem modelos para consumo e construção de vida. Com isso ele não entende sua própria vida, ela passa a ser dupla: meio real, meio fantástica. Mistura momentos de sonhos com a dura jornada de trabalho de seu anonimato. Mas ele se sente bem, ele tem o direito de sonhar, de imaginar, aliás esse é seu papel, dependendo apenas do meio de comunicação para lhe reproduzir tais imagens. Ele pode até não ter algo, mas pode vê-lo com seu ídolo. E mais do que isso, pode escolher seu ídolo como um modelo e representação para seguir e adotar como um modelo próprio, porém ilusoriamente.
Como um homem marginalizado, ele deve sempre servir e só participa de decisões ou grandes eventos através da aproximação que os meios lhes proporcionam.
Mas um dia suas diferenças apagam. Ele é um homem que morre - essa é a lei do outro. Mesmo que sua vida íntima não interesse a ninguém, ele sabe que um dia se tornará igual, porém igual a outro "outro".
“O enfoque da cultura começa quando o homem ordinário se torna o narrador, quando define seu lugar (comum) do discurso e do espaço (anônimo) de seu desenvolvimento”. (CERTEAU, 1994:63)

Segundo Freud, citado por Certeau, a vida do homem ordinário é baseada na ilusão do espírito e na sua desventura social.
É um homem que não ri. Ele sofre. É submetido à vida da mentira e ao tormento da morte. Seu destino é desprezível e frustrado.
Um homem que nasce para servir e viver num futuro da ilusão. Pois esse homem cria imagens de superiores para viver. Sua vida comum não lhe satisfaz.
Com tanta luta e pouca recompensa, esse homem deposita todas suas crenças em Deus. Ele é um teocentrista nato, que transfere toda sua causa de existência a Ele. Submete-se assim, a essa vida "sem eira nem beira", sabendo e contentando-se com a vida que Deus lhe deu. E embora muito crente, ele é também um homem supersticioso, daqueles que transfere ao seu destino todas as suas faltas e incertezas.
Cheio de imaginação ele cria um mundo ilusório que lhe preenche e faz com que ele seja "cada um e ao mesmo tempo ninguém". Afirmando que apesar dele compartilhar de um espaço comum em uma vida comum, essa vida não interessa a outros "outros", a não ser ele mesmo.
Com isso ele monta um mundo imaginário, onde ele cria suas celebridades e vive como elas, fazendo com que elas sejam modelos aos quais ele deve seguir.
Sendo um grande admirador de seu ídolo, capaz de colocar em todos os porta-retratos da casa, fotos de seu artista preferido, deixando que eles insiram e coordenem sua vida quebrando um modelo tradicional pré-imposto – escola e família.
Analisar separadamente a vida do homem ordinário e a vida das celebridades é um ato quase impossível. A existência desses diferentes e quase opostos modos de vida, dependem uma da outra circunstancialmente.
Para ver essa existência mútua e até faze-las trocar de posições é que existem os meios de comunicação de massa. São eles que apresentam um - Célebre - ao outro - ser ordinário, o homem comum. Fazendo dessa apresentação um círculo vicioso, onde os meios apresentam suas vedetes, criando celebridades que sustentam os meios, lhes dando audiência, sustentada pela massa, que é composta pelo homem comum - que ao mesmo tempo é recompensado a ter condições de ver e sentir algo que sua própria vida não é capaz de proporcionar.
E é essa transposição de atos (realidade - fantasia) que tem mudado a forma e a programação dos meios de comunicação. Tirando o homem comum do seu mundo ilusório, fazendo-os ser vedetes por um dia - em programas como o Sociedade Anônima, colocando-o lado a lado do seu ídolo, realizando seus sonhos e fazendo aparecer, em quadros como Um Dia de Princesa, A Princesa e o Plebeu; mostrando sua vida privada - antes desinteressante - ser de interesse público de forma trágica, engraçada, ou mesmo cotidiana (em programas como, Ratinho, Sílvia Popovic, Linha Direta e Cidade Alerta).
E é Essa pessoa que vem, cada vez mais, mostrando sua cara e até mesmo se unindo a celebridades nos programas de TV é o não Olimpiano. A pessoa comum que não foi ao programa para brilhar ou ser presença marcante, tanto que dias depois até seu nome é esquecido. O seu papel nesses programas é ser atendido na realização de um sonho, ficar cara a cara com seu ídolo, expor um fato engraçado ou trágico da sua vida, jogar em troca de prêmios, mostrar que é uma vítima do destino através do sofrimento vivido e até mesmo servir de palhaço (arrancando risos em vídeos cacetadas ou contando fatos íntimos de sua vida).
“É provável que, em média, o conhecimento dos americanos a respeito das vidas, dos amores e neuroses de semideuses e deusas que vivem nas alturas olimpianas de Bervely Hills ultrapasse de muito seus conhecimentos nos negócios cívicos”. (B. Rosenberg e D. Manning White)

As pessoas, num âmbito geral, têm grandes interesses por seus ídolos do esporte, da música e da TV, e com essa programação superpopular que vem invadindo o dia-a-dia da TV brasileira, a condição do fã saber e até conhecer seu ídolo se tornou potencializada e o homem comum deixou de viver o imaginário com seu ídolo para compartilhar com ele o “mundo cão” dos meios de comunicação.
“A mitologia eufórica do indivíduo privado dá lugar , a uma construção de utopias concretas como clubes de férias nos quais podem desabrochar virtualidades abafadas na vida cotidiana urbana dedicada ao trabalho e às obrigações, e, de outra parte, a problemática da vida privada em que a cultura de massas apresenta os problemas do casal, da sexualidade, da solidão, etc”.
(MORIN, 1986: 109)
Através dos programas coletados (Domingão do Faustão, Fantástico, Linha Direta, Sociedade Anônima, Sílvia Popovic, Programa do Ratinho, Show Do Milhão, Domingo Legal, Superpositivo, Hebe, Topa Tudo por Dinheiro, Raul Gil e Domingo da Gente), podemos perceber que a aparição de pessoas comuns se dá em cinco diferentes formas nos quadros da programação de TV aberta brasileira: Circo, Sonhos, Vítima, Jogos/Games, e Tribunal/divã, envolvendo em todos eles a construção da identidade da pessoa comum nesses programas, baseadas na aparência física, modo de vestir, cabeça baixa, fala acanhada e descomprometida – não se importam em preservar sua privacidade - a falta de identificação e a forma como se submetem ao apresentador.
Circo é uma condição exacerbada em que a pessoa comum vai ao ar, com o objetivo de aparecer na TV, ela sempre arruma um jeitinho para contar sua vida seja de forma constrangedora, engraçada, triste. Mas nesse quadro, por mais que seja triste ou dramática a história, sua característica é sempre arrancar risadas, em casos de traição, dívidas, tombos, calouros e histórias de família. Há também as vídeo cassetadas que mostram a pessoa comum em situação engraçada ou de risco. Outro exemplo do mesmo gênero nesse quadro dos programas superpolares é mostrar fatos bizarros como doenças como um caso de elefantíase acentuada, animais tendo relações sexuais com pessoas.
Uma das principais formas de identificar essa tipologia nos programas é perceber o cenário, no caso do Programa do Ratinho é enfeitado a caráter, é muito colorido, além dos personagens, que se vestem de maneira engraçada como se estivessem fantasiados.
O cenário é uma grande lona de circo. As paredes em cores vibrantes, vermelho, azul e amarelo. À direita ficam Sombra e o DJ. À esquerda fica a tribuna dos participantes, uma porta por onde entra as pessoas que fizeram pedido de DNA. Ao lado a banda e a janela do Xaropinho e do Tunico. No fundo tem a porta por onde entra os alguns convidados e do lado a “porta da esperança”. Todo o cenário é muito colorido e iluminado, com luzes estilo pisca-pisca por toda parte. No centro ficam as poltronas também nas cores azuis, amarelas e vermelhas. Como o programa tem muitas propagandas, a cada comercial um stand é montado. (Programa do Ratinho – 07/05/2001)
Outras características deste quadro são: a forma como são feitas as chamadas para iniciar um novo quadro, a maneira de identificar a platéia (“suas sirigaitas encalhadas”), os convidados (Solange da Silva – virou amante do amigo, ou, marceneiro – telefone de contato, amante de Solange); e os calouros do quadro Show de Calouros. Eles não vão com a intenção de realmente cantar, nunca terminam uma música sequer, são vaiados e ainda assim recebem cem reais por terem preenchido aquele espaço do programa.
Ratinho entra e começa o programa fazendo as chamadas do dia. Estas chamadas são sempre rimadas e no final de cada uma Ratinho diz “A cobra vai fumar”. Sombra logo em seguida chama a primeira atração. O bailarino diz que o Michael Jackson é veado, para puni-lo Ratinho lhe dá cacetadas ao mesmo tempo em que chama os “Novos cantores”. O primeiro cantor é de Minas Gerais, mostra-se um vídeo com imagens de Minas e a banda canta uma música de Minas. O cantor começa a cantar e é vaiado pela platéia por ser muito ruim. Ratinho o manda ir embora e chama o segundo cantor, que vem do Sergipe. Novamente passa um vídeo com imagens de Sergipe e a banda canta uma música do estado. O cantor mal canta a primeira frase e é vaiado pela platéia, Ratinho o interrompe e diz: “Leva cem (R$100,00) e não volta mais”. (Programa do Ratinho – 07/05/2001)
As pessoas comuns que vão ao programa do Ratinho, têm acentuada diferença de qualquer celebridade – barba mal feita, mulheres muito gordas e vestidas de forma escandalosa e cores fortes, seu vocabulário é composto basicamente de xingamentos (chifrudo, corno, piranha, vagabunda). Além da forte presença de fatos bizarros, em que a platéia e os personagens do programa riem e fazem brincadeiras e chacotas. Ratinho sempre consegue uma solução para o caso.
Na tribuna, Ratinho chama Maria de Lourdes, a mulher que era branca e ficou preta. Um caso raro que nenhum dermatologista conseguiu explicar. Maria de Lourdes levou a cunhada e contou a história. Um vídeo foi passado. Ratinho comparou as fotos da mulher e disse que ela é uma Michael Jackson às avessas. (Programa do Ratinho – 07/05/2001)
Esse quadro na maioria das vezes trata de assuntos como traição, brigas familiares ou com vizinhos para saldar dívidas e até mesmo roubo ou ameaças. Em quase todos os casos, o assunto é sexo, e as pessoas vão ao programa pra resolver seu problema e escutar conselhos do apresentador. Esses convidados se apresentam mal vestidos, mulheres com cabelos compridos, sem corte e mal cuidados, falam rápido, enrolado, de forma estabanada, discutem, falam todos ao mesmo tempo, enfim armam um grande barraco no ar. Com uma platéia, composta de pessoas que se submetem a sujar (Ratinho e os convidados jogam farinha, água e outras coisas que sujam a platéia), ouvir xingamentos (suas sirigaitas, seu bando de lavadeiras), em troca de aparecer na TV, fazer parte de um programa.
Sonho ocorre quando a pessoa comum vai ao programa com o objetivo de realizar seu sonho ou desejo de conhecer um ídolo, de ganhar uma casa, de rever a família. Enfim, a pessoa está lá para obter um ganho pessoal.
A telespectadora, Dona Laudeci escreveu uma carta para o programa fazendo um pedido. Ela gostaria de que o programa realizasse o sonho de Vera, sua filha e Michelle, sua sobrinha para assistirem ao show do grupo internacional, Backstreet Boys. O show estava para acontecer em São Paulo. A matéria começa com a chegada da produção na casa de D. Laudeci. A residência de Laudeci é simples e fica numa região pobre de São Paulo. Ela conta que a filha e a sobrinha estavam loucas para assistirem ao show dos Backstreet Boys. Quando vêem a produção do programa chegando, as duas garotas ficam emocionadas. Cada uma delas agradece pela oportunidade de conseguirem realizar o sonho. Vera, Michele e D.Laudeci foram assistir ao show. Enquanto elas estavam no show, foram mostradas imagens do espetáculo. Ao final elas agradecem novamente a Netinho pela chance e pela alegria de poderem ver seus ídolos de perto. (Domingo da Gente 06/05/2001)
Essa espécie de quadro de realização de sonhos é uma reafirmação de que fã e ídolo são diferentes e representam papéis diferentes. O homem comum idolatra, sonha em conhecer, ver de perto, poder pegar na mão, enfim, estar cara a cara com seu ídolo. O que envolve esse quadro são cartas com o pedido de realização do sonho, dinheiro, casa própria, carro, passar o aniversário ao lado do ídolo, o fato de aparecer na TV, ganhar algo, rever alguém, conhecer um ídolo, envolve sentimentos como alegria, emoção, tristeza, choro, sorrisos e felicidade da conquista do sonho.
D. Aparecida Lopes escreveu para o programa para solicitar a realização do sonho do marido, João, que desde jovem sonha em ter uma sanfona. Na chegada da produção à casa de João, Aparecida fica emocionada ao saber que teria o sonho do marido realizado. O repórter Humberto Ascêncio vai até a firma na qual João trabalha. Aparecida comunica ao marido a felicidade de poder realizar o sonho dele. Ele contou para o repórter que nunca pôde comprar uma sanfona. Em seguida, todos vão até uma escola de música. Primeiramente, João ganhou uma bolsa de estudos de um ano para ter aulas de música. Uma professora da escola demonstrou a ele como se toca, mas tudo não passou de uma brincadeira. O “professor” que lhe entregou o presente foi o sanfoneiro Dominguinhos. João e principalmente Aparecida ficaram muito emocionados. Ao final da matéria, Dominguinhos canta para o casal agradecendo a Netinho pela oportunidade. O casal vai ao programa e são recepcionados por Netinho. D.Aparecida tinha também o sonho de conhecer Netinho e ganhar um CD dele. O sonho foi realizado e ela ganhou um CD do grupo Negritude Jr., na qual o apresentador diz ser a melhor banda do Brasil. (Domingo da Gente – 06/05/2001)
No caso acima, as palavras sonho, realização, emoção, agradecimento, entrega, presentes, conhecer, ídolo, são elementos que comprovam a coexistência mútua de dois seres: o homem ordinário e o olimpiano, um que tem os sonhos e outro que pode realizá-los. É nesse momento dos programas que a pessoa comum expõe sua vida para comprovar a falta de condição na realização do sonho. É aí que há a permuta entre ídolo e fã , um admira, faz o outro existir e em troca o outro oferece a possibilidade de mostrar sua vida, realizar desejos e de servir de modelo. No programa Domingo da Gente, além de realizar sonhos, o apresentador Netinho de Paula, tenta, em um de seus quadros, elevar o papel da pessoa comum. No quadro Dia de Princesa, além de ser chamada de princesa, o tratamento por ela recebido é equivalente ao título. A sorteada do dia passa por um banho de loja e de visual, fica em um hotel de luxo, entre outras vaidades que sua dura realidade não poderia oferecer. Ela tem que contar com a própria sorte e confiar no destino, para ser sorteada e logo que isso acontece, ela deve expor sua vida. Contar casos tristes que emocionem os telespectadores, e viver um dia de alegrias e emoções – Um dia de Princesa. No primeiro contato entre princesa e Plebeu, percebe-se logo o sentimento da diferença, menina simples, casa e família simples, tendo contato face a face, com Netinho, rico, bem apessoado e apresentador de TV, sem falar da limusine, carro luxuoso, que a princesa nunca deve ter ao menos visto anteriormente, vai passar um dia inteiro dentro dele. O próprio apresentador ao falar da princesa do dia, destaca suas diferenças “Ela é toda envergonhada, toda assim bobinha, mas hoje ela é a princesa do dia”. E ela se comporta como se estivesse em frente a seus superiores, com um sonho realizado pela primeira vez.
Netinho conta um pouco sobre o bairro da Penha, onde a princesa do dia vive. Quando o plebeu – Netinho de Paula - chega a casa da princesa, ela fica emocionada, chora e dá um forte abraço nele. A conversa dos dois começa com Fabiana mostrando a agenda pessoal, com fotos de Netinho. Ele pede à princesa e ela lê a carta que enviou ao “Domingo da Gente” contando um pouco de sua vida e de seu sonho que era morar com sua mãe e seus irmãos. O primeiro problema que o plebeu encontra foi o mau relacionamento com a mãe, os avós e os tios. Ela mora na casa da tia e está sem emprego. Netinho propõem ir à casa da mãe de Fabiana. No trajeto eles conversam e a princesa conta um pouco da saudade que tem do pai. Ela afirmou que viu o pai pouquíssimas vezes na vida.
Ronildo, suposto pai de Fabiana, ficou surpreso com a presença da produção, mas tem dúvidas se é pai ou não da princesa. Ele é levado de Jacutinga, cidade próxima a Ouro Preto-MG, até São Paulo para fazer um exame de DNA.
Já à noite, num restaurante com uma mesa grande e confeccionada, a família de Fabiana chega para o jantar. O plebeu, com uma aparência elegante, recepciona a princesa no elevador do hotel. Ao chegarem na mesa de jantar, toda a família os recepciona com aplausos.
O Programa do Ratinho também realiza sonhos, não apenas de conhecer o ídolo, mas também de resolver casos Bizarros, ou tratamento de doenças.
Na tribuna Ratinho atende o desejo de Xandão, de Guaratinguetá, de conhecer o cantor Sérgio Reis e tocar berrante com ele. É o quadro “Meu sonho”. Alexandre, Xandão para os íntimos, tem uma doença chamada Cornélia Lange, mas gosta e participa de todos os rodeios da região. Ratinho manda mostrar o vídeo com a vida do garoto, depois brinca falando mal de Sérgio Reis. Pede então para ‘abrir a porta da esperança’ e aparece Sérgio Reis. Sérgio canta a música ‘Panela Velha’ a pedido do garoto, que dança. Depois canta sua nova música de trabalho ‘Cunhada Boa’ e Ratinho manda Vanessa (assistente do programa) dançar com Xandão. Sérgio toca berrante e depois o dá para o garoto junto com um chapéu da marca Sérgio Reis, um CD e um cinto. (Programa do Ratinho – 09/05/2001)
Há programas como Show do Milhão, que diretamente, não realizam sonhos, porém, oferecem grandes quantias em dinheiro para quem jogar melhor. E com o dinheiro ganho no programa, essas pessoas comuns realizam sonhos e mostram no programa o que fizeram com o dinheiro. Como é o caso de Odete, a primeira participante do programa que foi ao programa como objetivo de ganhar dinheiro para fazer uma cirurgia plástica no filho que se queimou com álcool, e acabou ganhando no programa um valor bem maior do que o esperado. A dádiva, o merecimento.
Todos os convidados têm desejos. A primeira participante Odete, dona de casa e mora em São Paulo, escreveu para ganhar o dinheiro que necessita para fazer a cirurgia plástica no filho Ciro, que se queimou com álcool em um churrasco com os amigos. Se conseguir mais do que precisa quer comprar uma casa própria. Ela conseguiu 50 mil reais. (Show do Milhão – 06/05/2001)
Um sonho sempre chega acompanhado de outro, cura de doença e o contato com ídolo, é um exemplo. A pessoa comum tem como base às celebridades, que, no contato da realização de sonhos muitas vezes fazem doações, alegram e destraem seu fã, retirando-o, momentaneamente, da dura realidade.
Gugu chama Lucas, de 5 anos e com paralisia cerebral, para realizar seu sonho. A tia que o leva diz que o garoto tem dois sonhos um é andar (ele está quase conseguindo) e o outro é conhecer Van Damme. O ator tira foto com o menino, luta com ele e o pega no colo. O ator ainda dá uma camisa para a tia do garoto e pede para ela deixar o tamanho da roupa que o menino usa para ele mandar uma camisa pelo correio. (Domingo Legal – 06/05/2001)
Vítima é alguém que sofreu alguma forma de agressão física ou psicológica e vai ao ar para narrar seu fato e pedir por justiça, como no programa Linha Direta, para que prendam o bandido, que te paguem aquela conta como no Programa do Ratinho, que achem sua filha seqüestrada. O próprio Datena ao iniciar seu programa fala apenas de crimes e injustiças sociais.
Estudante de Direito é morto num apartamento em São Paulo – Garota morre na fila do hospital – Pais acusam médico na morte do filho recém-nascido. Ele foi internado, recebeu alta e depois morreu em casa. (A matéria começa com o pai falando como aconteceu (usa camisa com listras – tom de voz alterado – ao fundo muitas pessoas) (Cidade Alerta – 07/05/2001)).
Programas como Cidade Alerta e Programa do Ratinho têm como objetivo, relatar casos de violência física com o objetivo de capturar e punir o culpado. As vítimas ou famílias de vítimas, expõem fatos que são reproduzidos por artistas. É mostrada uma foto do bandido e o objetivo da família é pedir por justiça. Uma das principais formas de identificação de pessoas comuns nesses quadros são através de fotos das vítimas ou dos culpados, além de filmagens e voz.
O repórter Ney Inácio conta a história de uma enfermeira que roubou um bebê de dentro de um hospital. A mãe do bebê, Francineide conta como a enfermeira entrou e levou a nenê do quarto da maternidade. Chorando muito ela diz: “Eu não me conformo, como uma pessoa entra no hospital e rouba meu filho. Como ninguém a viu saindo?”. O repórter, na casa de Francineide, mostra o berço do bebê cheio de orações e bíblia. Mostram as fotos da mãe grávida, dias antes do parto, todos alegres com faixas de boas vindas. Ratinho chama no palco os pais do bebê e diz: “Se alguém souber qualquer coisa sobre a quadrilha que entre em contato com o programa. Eu só peço para ninguém dar trote neste caso, que é sério. Nós já mobilizamos toda polícia do Brasil e peço para a quadrilha devolver a bebê porque eu tenho que devolver esta criança para os pais”. A mãe chorando conta a resposta que obteve do diretor do hospital sobre o caso: “... o diretor geral do hospital disse que não houve negligência”. Ironicamente Ratinho pergunta: “Como não houve?”. Eles vão embora com o apelo a quadrilha para que devolva o bebê. (Programa do Ratinho – 09/05/2001)
Nancy (11 meses) filha de Adriano (23) e Adriana (18) que morreu na fila do hospital esperando por atendimento médico, no dia 24 de maio. A mãe entra no palco com a avó da criança. Chora muito e faz um apelo para as autoridades. Ratinho fica indignado. Aos gritos diz que “na campanha os políticos falam muito. É mais bonito melhorar a saúde do que pintar a cidade, né dona Marta”. Ratinho muda um pouco de assunto falando de outras causas populares. Revoltado, grita, gesticula. (Programa do Ratinho – 07/05/2001)
Na tipologia das vítimas o que é explorado é o sofrimento das pessoas, que contam seus casos revivem a história de um assassinato em família, morte por falta de assistência, brigas de herança, estupros, roubos, enfim, revivem fatos dolorosos de suas vidas, frente ao grande público com o objetivo de pedir por justiça, e resolver seu problema, defendendo-se de ameaças, ver preso o bandido, conseguir seu dinheiro de volta.
Jogo/game é um tipo de quadro ou programa que realiza os mais variados tipos de disputa oferecendo em troca um prêmio para o vencedor, normalmente esse prêmio é uma certa quantia em dinheiro. Acontece quando a pessoa vai a um programa para jogar com o objetivo de ganhar algo em troca. Show de calouros, Show do Milhão - perguntas e respostas, a melhor piada, e diversos jogos oferecidos e bolados pelos programas para atrair participantes, jogadores. Uma das características desses programas é ter pessoas para avaliar os participantes, são eles os jurados.
O quadro "Quem sabe canta, quem não sabe dança" é um concurso de calouros com júri. O concurso começa com o casal Carlos e Eliana, que são dançarinos do programa, fazendo uma demonstração. Neste quadro, uma pessoa tem que cantar bem, caso contrário é eliminado. A primeira candidata foi Maria Lisboa. No momento em que a moça cantava, os jurados faziam sinais de negativo e o dançarino Carlos pegou a moça para dançar. Ela ganhou R$ 50 pela participação e saiu cabisbaixa. (Raul Gil – 12/05/2001)
O Programa do Raul Gil tem o objetivo de atrair os telespectadores com a qualidade dos seus calouros, já programas como o Programa do Ratinho, objetiva brincar, ser engraçado, fazer rir, sem se preocupar com a qualidade dos cantores. Não há seleção, e todos ganham a mesma quantia em dinheiro, esse quadro do Ratinho se mistura entre circo e games.
Ratinho e sombra fazem as chamadas e chamam os “Novos Cantores”, entra Daniel de São Paulo, que ganha R$ 100,00 sem conseguir cantar direito pelas vaias. A segunda é Helena da Bahia que canta ‘Pão de Mel’. Ela começa a cantar e a platéia vaia novamente. Xaropinho elogia “muito bom”. Ratinho fala com a platéia: “Vocês não entendem nada de música e ficam vaiando”, chama Vanessa, que trabalha no programa, para cantar com Helena, mas não tem jeito. Helena também ganha R$100,00. (Programa do Ratinho – 10/05/2001)
Com uma característica diferente, o programa Show do Milhão realiza perguntas e respostas que acumulam valores em dinheiro a cada resposta que o jogador acerta, tendo como prêmio máximo um milhão de reais. Além de apresentar as perguntas ele também especula a vida dos participantes, perguntando desde o que vai fazer com o dinheiro como é sua vida antes do Show do Milhão. As pessoas vibram quando são escolhidas para participar do programa. Para esse programa as pessoas vão, em sua maioria, bem vestida e penteada, parecem ser produzidas pela equipe do programa antes de ir ao ar. Uma das principais características da pessoa comum no Show do Milhão é a simplicidade. As pessoas demonstram dúvida, nervosismo, insegurança, medo e vergonha de errar. Elas confiam na opinião e sugestão dos convidados e do apresentador, misturam desespero com felicidade, rezam e espera sair dali a realização de um sonho. As principais realizações que são feitas através do valor ganho no programa, são para comprar a casa própria, saldar uma dívida, comprar carro, resolver problemas de saúde.
Sílvio Santos começa o programa apresentando os 12 convidados. Fala sobre o computador do Milhão, o primeiro computador popular e sorteia a primeira participante, Aninha de Apiaí (BA). Ela é vendedora de lingeri, Sílvio diz: “Você vende calcinha, cueca, soutien e quanto isto dá por mês?” Ela responde um salário e meio. Aninha levou sua cunhada Rosiclei, a sócia na compra da revista. Rosiclei trabalha em um escritório de contabilidade e ganha um salário mínimo (R$180,00). O sonho de Aninha é ganhar 15 mil reais para comprar uma casa. Ela conseguiu 20 mil. (Show do Milhão - 09/05/2001)
Programas como Domingo Legal e Domingão do Faustão também têm disputa, como grupos de dança, cacetadas, piadas e olimpíadas como a forma de aparição nos meios de comunicação pela pessoa comum e da exploração do ridículo pelos meios de comunicação, e aí mais uma vez o game se misturando com o circo, ao mesmo tempo em que há uma disputa, há também, situações esdrúxulas, que diminuem o papel representado pela pessoa comum.
No ‘concurso de funk’ se apresentam Bruno e Marcelo que vestem calça larga e camiseta, lenço e colar e óculos. Atrás, as ‘Popozudas’ dançam com eles. A segunda dupla é Carla e Priscila que vestem calça capri, sandálias de salto e top. Depois da escolha da dupla vencedora (votado pelos convidados) o grupo ‘É o Tchan’ canta, agora em versão funk. (Domingo legal – 13/05/2001)
Tribunal/Divã é encontrado em quadros que julgam ou aconselham as pessoas que foram lesadas por algum motivo. Tribunal: pedir exame de DNA, pensão alimentícia, acertar dívidas pendentes. Divã: falar de problemas amorosos, familiares e ouvir conselhos do apresentador. O objetivo do quadro é resolver problemas. As palavras chave são exposição do fato, reconciliação, DNA, traição.
“A Ana disse que de tanto a irmã sair para comprar pãozinho, a bisnaguinha entrou no forno e saiu um pudinzinho”. Ratinho ri e finge se irritar com a frase de Sombra. Sombra a refaz: Está escrito assim: A Ana trouxe a irmã da Bahia. Ela começou a namorar um padeiro e ele começou a administrar o forno dela”. Ratinho manda entrar Ana, que conta toda a história. A irmã, doente mental, apareceu grávida depois de 4 meses que morava com Ana. Ela conta que a irmã acusa Severino, dono do bar perto de sua casa, e seu cunhado, com quem teve uns chamegos. Severino compareceu ao programa com sua esposa, nenhum dos dois quiseram aparecer. Ficaram protegidos por uma tela trocando desaforos com Ana. Severino começou a justificar seu comportamento com a menina e Ratinho ironicamente perguntava-lhe: “Você não tem culpa? Nunca encostou um dedo nela? Você é inocente?”. Ana diz: Tentei falar numa boa, pessoalmente com ele. Mas eles não quiseram me atender. Aí vim no Programa do Ratinho que é super rápido”. Ana, Severino e sua mulher ficam xingando uns aos outros. Ratinho para terminar a discussão pede o exame do DNA. (Programa do Ratinho – 09/05/2001)
André conta seu caso. Sua mulher, começou a traí-lo com o padrinho de casamento deles. André disse que João, o padrinho, chegava em sua casa mandava ele andar de moto e ficava com sua esposa. João hoje tem 2 mulheres e 7 filhos. Cilene, mulher de André, conta que deixou seu marido porque ele foi para zona (puteiro) e passou sífilis para ela e foi João, o padrinho, que a amparou quando ela estava doente. André disse que João mandou lhe bater. Ratinho mandou um recado para João: “Se você encostar nele, você vai se ver comigo!”. Ratinho pergunta a Cilene se ela gosta de André. Ela responde que não quer voltar com ele não e “gosta um pouquinho do compadre” e fala que a culpa é de André deles terem terminado. “Ele não me deu carinho durante o tempo que fomos casados. 14 anos juntos”. Ratinho chama o advogado e pergunta a ele se “não quer me ajudar a fazer estes 2 voltar?”. O advogado sai para conversar com os dois. (Programa do Ratinho – 09/05/2001)
Ester conta que vendeu um terreno para seu irmão para ele construir um salão, mas o irmão não a pagou. Ratinho chama o irmão de Ester, João, que entra calmo, como se nada estivesse acontecendo com ele. Ao vê-lo agindo daquela forma, Ester começa a bater nele. Ratinho retira-se do palco, deixa-os brigando, depois chama o advogado para dar o parecer da justiça. Ele pede para que os irmãos acompanhem o advogado para resolver o caso. (Programa do Ratinho – 09/05/2001)
Nesse quadro do Tribunal, Ratinho resolve com a ajuda de um advogado, os casos de separação, dívida e paternidade oculta, através do exame de DNA.
Já no Divã, retratado no programa da Sílvia Popovic, é parecido a uma consulta a um psicólogo, quando as pessoas contam seus casos e se aconselham com as opiniões de Sílvia e mais do psicólogo convidado. Além de ouvir sugestões de outras pessoas comuns através de enquetes nas ruas, e casos parecidos de outros convidados
Além da tipologia acima definida existem outras formas de diferenciar o homem comum da celebridade de acordo com cada programa da TV, estando entre essas formas a aparência física, a forma como se vestem , a maneira como são apresentados, o jeito como se comportam, a forma como são tratados e identificados durante os programas. Muitas pessoas que aparecem nos programas têm pouquíssimas formas de se identificar, como as participações por telefone, em que é falado o primeiro nome da pessoa, mais a cidade onde mora. E participantes de enquetes nas ruas, que são identificados apenas através da aparência física, sem um nome ou qualquer outra forma de identificação.
E assim podemos perceber que esses dois personagens existem e não se misturam nem se confundem na grade da programação superpopular brasileira. Pois, embora estejam apenas representando papéis, estes são bem definidos e separáveis. Principalmente, se estão lado a lado num encontro de fã mais ídolos é que cada um representa sua função e reafirma seu lugar, o de ser idolatrado e o de idolatrar. Rafaela, uma fã de Fábio Azevedo, escreve para o Domingão do Faustão e diz que seu sonho é conhecer o ator e seu ídolo Fábio Azevedo. Faustão, ao entrar em contato com ela diz:
_Você está agora no Domingão do Faustão. Você é fã do Fábio Azevedo?
E Rafaela responde:
_Ai que vergonha. Eu sou fã dele sim, ele é lindo, lindo.
Quando Fábio Azevedo chega, Rafaela o abraça apertado.
Além da pessoa comum como convidado, existe também a pessoa comum que compõe a platéia do programa. A platéia é como se fosse um utensílio, pois apesar de coordenada por um animador, é ela quem grita, se desespera ao ver um artista, chora, ri, vaia e assim preenche o programa, as pessoas da platéia são tratadas como coisa, ao passo que não têm fala, nome ou qualquer outra forma de identificação. É a erosão do singular de que fala Certeau. Enfim, não são bem tratadas, quando um cantor (a) entra no palco e cumprimenta, a platéia gritava eufórica, desespera, ri e chora ao mesmo tempo, como uma forma de carinho ao receber alguém superior.É a reverência de que se cerca o olimpiano, como diz Morin.
Além da forma de tratar existem outras formas que separam gente comum e celebridade e devolvem fã e ídolo a seu lugar mesmo estando em um mesmo ambiente. Além de um ser idolatrado e o outro idolatrar, Gente Comum, todas as vezes que aparece nos programas, reafirmava o seu papel de não estrela.
Como se nota, nos programas, quem não é artista não recebe o melhor tratamento ou visibilidade do programa. Tem uma forma de identificar geral (estamos aqui com a caravana tal, com a cidade tal) ou quando individual é de maneira especulativa, tentando adentrar na privacidade dessas pessoas.
Contudo Gente Comum e Olimpiano são expressões utilizadas para situações momentâneas. Uma pessoa não é Gente Comum ou Olimpiano mas sim está ou é qualificado como tal em fatos ou situações que representam. Um artista se torna alguém famoso quando aparece no jornal, revista, rádio e televisão, e a condição para que ele permaneça famoso é que essa aparição continue freqüentemente, como aconteceu recentemente com a atriz Mel Lisboa, que há seis meses atrás, antes de fazer um teste para uma minissérie da Rede Globo, era totalmente comum, desconhecida, e depois da minissérie, apareceu e continua aparecendo em programas de TV, revistas, campanhas publicitárias e assim se tornou estrela. Sua aproximação aos “deuses do Olimpo”, se dá pela onipresença, ou seja, pelo fato de estar presentes com freqüência nos meios de comunicação, e essa aparição é dada em momentos, tanto que de tempos em tempos os artistas do auge são substituídos. Contudo, mesmo com um sucesso flutuante e dependente de muitas estratégias da mídia, os Olimpianos têm uma presença marcante, com um brilho próprio, que não é esquecido com facilidade, diferente do homem comum, que tem um tempo de aparição mais curto, e que não consegue fixar sua imagem para os telespectadores.
Como foi tratado no texto, percebe-se que essa é uma situação momentânea, qualquer pessoa pode estar Gente Comum, até mesmo os famosos quando se sentem felizes ao escutar a uma música do seu cantor preferido, quando ao assistir a um filme ou uma peça teatral fogem da realidade para o imaginário produzido e cheio de efeitos, ou mesmo quando sonham em conhecer ou ser igual àquele artista de cinema de Holywood.
Para dar exemplos mais plausíveis, basta perceber e analisar fatos recorrentes nos programas aqui citados e distinguir através de papéis que representam, os quadros que se encaixam, a aparência e o que estão fazendo no programa e a forma que são tratados e identificados no programa.
Sendo assim, analisar separadamente o homem comum do célebre nos meios de comunicação é um ato quase impossível. Esses diferentes e quase opostos modos de vida dependem um do outro para existir, necessitando dos meios de comunicação de massa para fazer essa ligação. São os meios que apresentam um (célebre) ao outro (homem comum), fazendo dessa apresentação um círculo vicioso. Os meios apresentam suas vedetes, criando celebridades que sustentam os meios lhes dando audiência, sustentada pela massa composta pelo homem comum que é recompensado por poder fazer parte de um mundo – o mundo mágico da TV – que sua vida não é capaz de proporcionar. O homem comum pode se realizar, aparecer nos meios de comunicação, conhecer seus ídolos, contar sua vida, acusar alguém, jogar, chorar, fazer chorar, sorrir e fazer sorrir. No entanto, esse é seu momento único, instantâneo, sua realidade é outra. E é essa transposição de atos (realidade/fantasia) que tem mudado a forma e a programação dos meios, tirando o homem comum do seu mundo ilusório fazendo-os ser vedetes por um dia em programas como Domingão do Faustão, Fantástico, Linha Direta, Sociedade anônima, Sílvia Popovic, Programa do Ratinho, Show Do Milhão, Domingo Legal, Superpositivo, Hebe, Topa Tudo por Dinheiro, Raul Gil e Domingo da Gente, colocando a pessoa comum lado a lado com seu ídolo, realizando seu sonho, fazendo-a aparecer, mostrando sua vida privada, antes desinteressante, ser agora de interesse público de forma trágica, engraçada ou mesmo cotidiana, até que a programação acabe , essas pessoas comuns sejam esquecidas e dêem seus quinze minutos de fama a outro “outro”.

CONCLUSÕES

A exibição de pessoas comuns como protagonistas, pessoas estas “reais” em situações “reais” e em programas “reais”, tomadas em seu ambiente privado ou expondo suas questões íntimas, compõem o quadro de referência a partir do qual se constrói a programação “superpopular”. Sobretudo, compõem uma “narrativa”, por meio da qual se viabiliza todo um processo de construção de identidade.
Como narrativas, não só apresentam os elementos que compõem esse gênero discursivo (a existência de um enredo, de personagens, de um narrador e um tempo/espaço próprio), mas servem de articulador de processos identitários. Compor uma narrativa é, antes de tudo, o movimento de criar um universo, definir um universo de referência, e organizar o mundo, o ambiente e as pessoas, dentro de um enredo – narrar é, pois, essa atividade organizante, essa experiência de organização da experiência dos sujeitos.
Conforme os autores que têm discutido o caráter discursivo dos processos de formação de identidade, entre os quais se encontra Hall, a narratividade consiste numa das operações efetuadas pelo discurso na construção de identidades, na medida em que ela invoca origens e pertencimentos, seleciona fatos que marcam a trajetória de sujeitos, estabelece lugares e posições sociais. Isso porque vem ganhando espaço, no âmbito das ciências sociais e particularmente no campo da Comunicação, uma concepção estratégica e posicional da identidade, em oposição às concepções tradicionais, essencialistas.
No caso dos programas superpopulares, existe toda uma narrativa que se quer ou se postula como real, como verdadeira, autêntica, e que envolve o sujeito concreto, comum, ordinário do cotidiano (semelhante ao telespectador) tomado em seu ambiente mais natural, intensamente vivido – o terreno do doméstico, do íntimo. A narrativa dos PSPs é uma narrativa do Brasil – de um dentre as várias possibilidades de retrato de um Brasil. Mas, narrativa hegemônica (porque consolidada, repetida, copiada, inspiradora de vários novos programas) num meio também hegemônico (a TV, meio de comunicação mais presente nos lares de todo o país), do que resulta a grande força simbólica e potencial de identificação da programação superpopular no cenário da cultura brasileira contemporânea. Nesse sentido, nosso trabalho converge para a linha contemporânea de estudos culturais que têm procurado compreender o conteúdo dos meios de comunicação de massa correlacionando-os aos anseios, desejos, tendências e conflitos de uma determinada população, num contexto histórico específico. Entender os PSPs é entender, em parte, como pensa e o que sente a população brasileira da década de 90.

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