quinta-feira, 3 de abril de 2008

Cataguases 130 anos por Glória Maria Guieiro de Resende

Da aristocracia do café ao modernismo dos industriais

Os primeiros registros históricos do que viria a ser a cidade de Cataguases remontam ao lugarejo conhecido, no início do século XIX, como Porto dos Diamantes. Neste período, a decadência da mineração não havia logrado refrear a ouri sacra fames de toda sorte de aventureiros, que vagavam pelas Minas Gerais em busca de novos garimpos. A lavra do equivalente à meia pataca de ouro, no curso do rio que cortava o vilarejo, deu-lhe o novo nome. Pataca era uma antiga moeda de prata, que valia 320 réis.Em outubro de 1851, o povoado torna-se a freguesia, menor unidade administrativa na tradição jurídica luso-brasileira, de Santa Rita da Meia Pataca. Em 1854, a pequena freguesia é incorporada ao município de Leopoldina.Nesta época, estabeleceu-se no local onde hoje se encontra o Distrito da Glória, o Major Joaquim Vieira da Silva Pinto. Na fazenda de 3.000 alqueires, em honra de Nossa Senhora da Glória, tem a cidade de Cataguases seu berço. Major Vieira fez a freguesia do Maia Pataca a vila de Cataguases pela Lei Provincial nº 2.180, de 25 de novembro de 1875.O nome Cataguases foi sugerido pelo Coronel José Vieira de Resende, filho do Major, em homenagem ao rio que banhava a fazenda onde nascera, na cidade de Prados. A instalação do município, presidida pelo Cel. Vieira, deu-se em 07 de setembro de 1877.A nova configuração política, a florescência do café e a estrada de ferro produziram em Cataguases uma Era de Ouro. A aristocracia rural, educada no prestigioso Caraça, trazia de Ouro Preto e do Rio de Janeiro as últimas novidades, os hábitos cultos, o francês, os livros e as luzes.A imprensa desenvolveu-se, o cinema nacional muito deve a Humberto Mauro, assim como o modernismo à Revista Verde, publicação de jovens cataguasenses entusiasmados com as novas idéias. A aristocracia rural deu lugar aos industriais e banqueiros. No início do século XX, foram criadas a Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina e a Companhia Fiação e Tecelagem de Cataguases, adquirida em 1911 pelo visionário Manoel Ignácio Peixoto. A dedicação destes grandes empreendedores tornou a cidade rural em um vigoroso centro industrial e cultural.Jan Zack, Djanira, Marcier, Portinari, Pedrosa, Bolonha, Niemeyer, uma geração inteira de artistas deixaram sua marca em Cataguases, fruto do mecenato industrial que colocaria a cidade no farol do modernismo.A cidade é hoje, 130 anos após sua fundação, uma das mais importantes aglomerações urbanas da Zona da Mata mineira. Industrial, rica e cosmopolita, embora lamentavelmente desigual, Cataguases promete exercer, no século XXI, o mesmo destaque que já exercera ao longo de sua história.
Artigo publicado na Revista Chica de outubro 2007

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Felicidade - Alegria - Prosperidade - Fé - Otimismo - Harmonia - Paz - Amor - Qualidade de Vida :) Casada com Thiago, mãe do Rafael, sou MONIQUE COSTA GARDINGO LACERDA mgardingo@gmail.com FORMAÇÃO ACADÊMICA: Graduação em Comunicação Social - Jornalismo. Pós-graduações lato-sensu: 1.Administração e Marketing. Gestão Estratégica, 2.Comunicação, Marketing e RH;

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